Andre Lazaroni

segunda-feira, março 29, 2010


Valioso! Uma demorada pesquisa de campo feita pela Embrapa concluiu que o Acre é o estado brasileiro com maior diversidade biológica e étnica, reunindo 3% de toda a população indígena. O projeto “Etnobiologia e Etnoecologia entre os Povos da Floresta, Acre: os Kulina Madija do Alto Rio Envira”, sistematizou conhecimentos etnobotânicos de tribos que habitam a região central do estado e identificou a importância cultural e econômica de plantas medicinais com uso terapêutico por essas populações.

Saindo do município de Feijó, no interior do Acre, a primeira das quatro expedições previstas no projeto subiu o Rio Envira durante cinco dias para chegar à aldeia Igarapé do Anjo e iniciar a pesquisa, realizando o percurso inverso até o ponto de partida. Um pesquisador afirmou que esta foi a primeira vez que se desenvolveu um trabalho junto a populações indígenas e que há um imenso corpo de conhecimento a ser estudado.

A viagem foi autorizada pelo Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN), órgão do Ministério do Meio Ambiente que regulamenta o acesso ao patrimônio genético, proteção do conhecimento tradicional associado e repartição de benefícios. Uma parceria com a Organização dos Povos Indígenas do Rio Envira (Opire) e a participação de um intérprete Kulina facilitaram a comunicação da equipe com os indígenas.

Os resultados desta primeira visita revelam as condições de saúde e saneamento das aldeias, recursos disponíveis, distribuição demográfica, práticas agrícolas, tipos de plantas conhecidas e usadas como remédio, além de outros dados que ajudam a traçar o perfil e a localização espacial destes ambientes. A infraestrutura nas aldeias é precária, com baixas condições de saneamento, agravadas pelo isolamento.

Outro dado observado é que 50% da população das aldeias têm menos de 15 anos, implicando um perfil epidemiológico bastante jovem, com predominância de doenças como infecções gastrointestinais, principalmente diarréia e verminose, além de infecções respiratórias. Em relação à agricultura, o destaque é para os roçados consorciados, cultivando entre quatro a cinco culturas.
A prática dura cerca de cinco anos e implica sucessivas derrubadas para implantação de novos plantios. Entretanto, não consiste em devastação ambiental porque o tamanho relativamente pequeno e a presença de mata nativa em torno das áreas favorecem a rápida regeneração da floresta.

publicado por André Lazaroni em 29.3.10



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