Andre Lazaroni

domingo, maio 09, 2010


O bagaço de cana-de-açúcar, volumoso resíduo da indústria sucroalcooleira, vai ter uma destinação nobre, graças a uma pesquisa desenvolvida na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP). Pesquisadores desenvolveram uma fibra que poderá se tornar um tecido que, com o acréscimo de enzimas e fármacos, tem potencial para ser utilizado como curativo com múltiplas aplicações. A pesquisa surgiu a partir da iniciativa da professora Silgia Aparecida da Costa, do Curso de Têxtil e Moda da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP.

O objetivo foi aproveitar dois resíduos, o bagaço da cana e a quitosana, substância extraída da carapaça de crustáceos e que tem propriedades farmacológicas. A quitosana é obtida a partir da quitina, um polissacarídeo formador do esqueleto externo de crustáceos como siris e caranguejos, e tem propriedades fungicida, bactericida, cicatrizante e antialérgica. O trabalho uniu as áreas farmacêutica e de engenharia de tecidos.

O primeiro desafio foi extrair a fibra da cana-de-açúcar. Obtida esta, o passo seguinte foi agregar enzimas e fármacos. Além da quitosana, foram imobilizadas quatro outras substâncias à fibra: os fármacos comerciais anfotericina B e sulfadiazina e as enzimas bromelina e lisozima, a primeira obtida do talo do abacaxi e a segunda da clara de ovo.

publicado por André Lazaroni em 9.5.10



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