Andre Lazaroni

terça-feira, dezembro 11, 2007

O próximo verão carioca que já se avizinha, certamente assistirá ao ensaio de mais uma “batalha de Itararé” – a “guerra” que não vai acontecer. Como quase sempre, estarão em confronto os executivos do estado e do município. Em discussão, a responsabilidade sobre as gigogas, plantas aquáticas que deixaram as poluídas lagoas da Barra e chegaram às praias da Zona Sul. Serla e Comlurb tem se digladiado e se acusado. Mas afinal de contas, a quem pertencem as gigogas?
Acho que isso é secundário. Precisamos é por fim a um problema que tem se arrastado pelos verões cariocas sem o menor sinal de solução. Além da sujeira que incomoda e assusta a população em férias e em momentos de lazer, a imagem turística da Cidade Maravilhosa é muito prejudicada. Os visitantes não conseguem entender como a invasão das gigogas não é evitada. Afinal, o que é a eichhornia crassipes, a popular gigoga? Embora ultimamente seja vista por muitos como uma praga de difícil combate, ela é uma planta útil, inclusive no tratamento de efluentes. A NASA, a agência espacial norte-americana, realizou importantes estudos sobre a planta, concluindo que ela é excelente filtro para o nitrogênio e o fósforo encontrados em abundância nos esgotos.
Nos Estados Unidos, assim como no Brasil, existem diversas estações que utilizam a gigoga que também pode substituir o tratamento terciário na estação de efluentes, por reduzir a taxa de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) da água. A gigoga também tem sua função como adubo, justamente pela capacidade de concentrar nitrogênio, fósforo e potássio. O problema que aflige o verão carioca é decorrente do desequilíbrio ambiental e dos problemas agravados pelo homem, que acabam se tornando muito favoráveis à planta, principalmente o despejo de esgoto in natura nas lagoas.
O esgoto fornece uma superdosagem de nutrientes para as gigogas, intensificando o processo de crescimento e reprodução. Estima-se que nestas condições as gigogas tenham incremento de uma tonelada por hectare, ao dia. Além da superprodução, as gigogas ao completarem seu ciclo de vida, morrem e apodrecem nos corpos hídricos. Esse apodrecimento aumenta a DBO, prejudicando outros organismos que ainda resistem à poluição de nossas lagoas.

publicado por Unknown em 11.12.07



2 Comments:

  • Ao ler o seu artigo mudei de idéia a respeito das gigogas. Vamos ver, neste verão, se as autoridades tratam melhor o problema.

    Publicado por Anonymous Anônimo , em 10:44 AM  

  • A gigoga não é nacional, estadual ou municipal.É um problema de todos. Por que as autoridades não se entendem sobre tão grave assunto?

    Publicado por Anonymous Anônimo , em 10:45 AM  

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