quarta-feira, agosto 03, 2011
Menos de 20% dos refugiados voltam para casa
Triste realidade. Menos de 20% dos refugiados no mundo voltam aos seus países de origem, segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). Há dois anos, 1 milhão de refugiados retornavam à terra natal. Atualmente, o número é inferior a 200 mil, segundo o alto comissário, António Guterres, que está em visita ao Brasil.
Ele afirmou que os conflitos e as crises que provocam a expulsão da população de seus países estão cada vez mais duradouros e sem perspectiva de solução, o que dificulta o retorno dessas pessoas. “Por enquanto, parece que estamos em um mundo descontrolado, à deriva. As crises estão imprevisíveis”, disse António Guterres, durante reunião, ontem (2/3), em Brasília, com integrantes do Comitê Nacional para Refugiados (Conare), ligado ao Ministério da Justiça.
O alto comissário mostrou preocupação com as situações na Somália, Líbia, Síria, Costa do Marfim e no Sudão, onde milhares de pessoas estão abandonando seus lares e saindo dos países por causa de conflitos entre oposições e os governos locais. A situação é muito grave na Somália, onde grande parte da população passa fome.
Para o secretário executivo do ministério e presidente do comitê, Luiz Paulo Barreto, quanto mais tempo o refugiado fica fora de seu país, mais aumenta a chance de permanecer em outras nações por estabelecer laços com o local onde foi acolhido, como casar-se ou ter filhos.
Declarou o presidente do comitê: “o refugiado cria raízes novas, passa a fazer parte da sociedade e se abrasileirar”. Ele se lembrou de casos de pessoas que deixaram Angola, por exemplo, com destino ao território brasileiro. “Com a reconstrução do país, muitos voltaram para lá. Outros já estavam tão acostumados e decidiram ficar no Brasil”.
Segundo o Conare, o Brasil abriga 4.432 refugiados de 77 nacionalidades, sendo 64% provenientes da África. (Carolina Pimentel; foto - Elza Fiuza/ABr)
publicado por André Lazaroni em 3.8.11
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