Andre Lazaroni

terça-feira, junho 01, 2010


Foi debatida, em São Paulo, no último fim de semana, a situação e o perfil de pessoas classificadas de “moradores de rua.” Quem são elas? Alderon Pereira da Costa, membro do Comitê Interministerial de Políticas Públicas para População em Situação de Rua, afirma que as ações de combate ao problema precisam respeitar a realidade de cada um dos perfis dos moradores de rua. Desempregados, por exemplo, precisam de um auxílio diferente do que os dependentes químicos. Alderon diz mais, em reportagem divulgada pela Agência Brasil: “nós temos que ter políticas públicas diversificadas para a população de rua. Temos que trabalhar todas as linhas integralmente. Tem uma população que está na rua hoje que não tem outro problema senão a falta de moradia.”

Pessoas com transtornos mentais, abandonados pela família, imigrantes, desempregados, dependentes químicos, ex-presidiários, e até trabalhadores. Esses são alguns dos diversos perfis das pessoas que se utilizam da rua como abrigo ou moradia. Apesar de serem vistos como um grupo homogêneo, os moradores de rua são pessoas de realidades variadas. Até mesmo a pobreza, comumente é associada ao grupo, não está presente em todos os casos. Para Átila Pinheiro, coordenador do Movimento Nacional População em Situação de Rua, “ainda não se parou para pensar nessa heterogeneidade. O que a gente sabe é que existem pessoas que têm condição de ter uma casa, um trabalho, mas não conseguem.”

Uma das poucas pesquisas existentes sobre essa população foi feita em 2007 pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. O levantamento constatou que os principais motivos que levam as pessoas a viver e morar na rua estão relacionados a problemas de alcoolismo ou drogas (35,5%), de desemprego (29,8%) e de desavenças com parentes (29,1%). Dos entrevistados, 71,3% citaram pelo menos um desses três motivos. A pesquisa do ministério mostra ainda que grande parte dos entrevistados apresentou histórico de internação em instituições: 28,1% em casa de recuperação de dependentes químicos; 27% estiveram em algum abrigo; 17% admitiram ter passado por casa de detenção; 16,7% afirmaram ter estado em hospital psiquiátrico; 15% estiveram em orfanato; 12,2%, na Febem ou instituição equivalente.

Segundo a pesquisa, 45,8% dos entrevistados sempre viveram no município em que moram atualmente. Dos restantes (54,2% do total), 56% vieram de municípios do mesmo estado de moradia atual e 72% de áreas urbanas. De acordo com o estudo, isso significa que uma parte considerável da população em situação de rua é de origem local, ou de regiões próximas, sem ter migrado do campo para a cidade. Para Robson César Correia de Mendonça, presidente do Movimento Estadual da População em Situação de Rua em São Paulo, o perfil do morador de rua mudou muito. Até anos atrás, chegava à capital paulista gente de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco, todo mundo em busca de emprego. Hoje em dia, o morador de rua não tem qualificação para conseguir um emprego.

publicado por André Lazaroni em 1.6.10



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