Andre Lazaroni

sexta-feira, maio 28, 2010

O objetivo de uma dissertação de mestrado do Programa de Saúde Pública e Meio Ambiente da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), apresentada pela pesquisadora Lilian Calazans Costa, foi estimar o potencial poluidor das indústrias localizadas na bacia hidrográfica da Baía de Sepetiba, no estado do Rio. Por meio de metodologia criada pelo Banco Mundial, o estudo analisa uma série de parâmetros para verificar a poluição em 14 municípios da região e definir os principais setores poluidores. O modelo do banco, utilizado no trabalho “Aplicação do sistema de projeção de poluição industrial (modelo IPPS): estudo de caso – bacia hidrográfica da Baía de Sepetiba”, foi o Industrial Pollution Projection System (IPPS).

Segundo Lilian Calazans Costa, “esse método permite estimar o potencial poluidor industrial baseado no número de funcionários e no setor industrial”. Para a utilização dessa metodologia, a autora realizou um levantamento industrial dos municípios inseridos na região para os anos de 2005-2006 e 2008-2009. Foram quatro os parâmetros selecionados como potenciais poluidores: DBO (demanda bioquímica de oxigênio), STS (sólidos totais em suspensão), MTA (metais tóxicos da água) e TA (tóxicos da água). Dados mostram que o setor metalúrgico foi responsável por 95% do total das potenciais emissões de STS, 60% dos TA, e 88% dos MTA. Os setores químico e de papel e papelão foram os responsáveis pelo restante das potenciais emissões para os parâmetros selecionados.

Já para a DBO, os setores de alimentos e de papel e papelão foram responsáveis por 78% das potenciais emissões. Lilian revela que os resultados também evidenciaram regiões críticas de poluição. Disse ela: “os municípios de Barra do Piraí e Rio de Janeiro foram os que apresentaram maior potencial de emissão de metais tóxicos e tóxicos da água. Para DBO e STS, os municípios de Nova Iguaçu e Piraí foram os que mais contribuíram. Percebemos ainda que poucos setores industriais são responsáveis por grande parte do potencial poluidor, e esses setores são constituídos de um grupo pequeno de indústrias”. Para a pesquisadora, é fundamental o estabelecimento de ações contínuas voltadas para o monitoramento e regulamentação do lançamento de efluentes industriais desses setores, como forma de mitigar os problemas relativos à poluição industrial na região.

Concluiu Lilian Calazans Costa: “os dados coletados também indicam ao poder público as regiões e os setores que devem ser priorizados no estabelecimento de políticas de gestão ambiental, exigindo menor esforço e menos recursos para sua implementação”. Com aproximadamente 305km2 de área, a Baía de Sepetiba é um corpo de águas salinas e salobras, que se comunica com o Oceano Atlântico por meio de duas passagens, na parte oeste entre os cordões de ilhas que limitam com a ponta da Restinga, e na porção leste, pelo canal que deságua na Barra de Guaratiba.

A área da Baía de Sepetiba constitui um criadouro natural para diversas espécies em suas áreas de mangue e zonas estuarinas, sendo a atividade pesqueira um importante suporte econômico e social para a região. Além disso, suas águas servem à preservação da flora e fauna, à recreação, à navegação e, graças à beleza cênica da região, com suas cachoeiras e ilhas, possui áreas propícias ao turismo. A região desponta, ainda, como um dos polos industriais do Estado do Rio de Janeiro. A atividade industrial desse parque é responsável pelo lançamento de várias substâncias potencialmente tóxicas na baia, destacando-se os metais pesados.

publicado por André Lazaroni em 28.5.10



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