Andre Lazaroni

domingo, maio 30, 2010


Um professor-doutor da Universidade de Brasília (UnB), Ivan de Toledo Camargo, deu uma dimensão do que é desmatado a cada dia na Amazônia. O total é bem maior do que a área a ser alagada pela Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Professor da Faculdade de Tecnologia, Ivan de Toledo Camargo, participou dos debates sobre energias renováveis, no 27º Fórum Brasil-Europa, promovido pela UnB em parceria com instituições internacionais. Disse ele: “Belo Monte equivale a menos do que é desmatado diariamente na Amazônia. Nos últimos anos, em média, todo dia são perdidos pelo menos 500 quilômetros quadrados de florestas. É uma dimensão muito próxima ao que está previsto em termos de área a ser alagada por essa hidrelétrica, que garantirá boa parte da energia a ser consumida no país”. O professor da UnB tem gabarito para falar. Ele integrou a Câmara de Gestão da Crise durante o racionamento de energia em 2001.

Ivan de Toledo Camargo deixou muitas conclusões para debates e análises no 27º Fórum Brasil-Europa. O engenheiro elétrico disse estar muito preocupado com os estragos que serão provocados pelas pessoas atraídas para a região da futura usina, por causa das obras. Outro assunto abordado por ele foi o uso de energia solar proveniente de painéis pelo Brasil. Eis as suas palavras: “é um equívoco encher o país de painéis de energia solar. Esse tipo de energia só é indicado para as comunidades isoladas do interior. Apenas discursos vazios e sem dados defendem isso. Nem a energia solar nem a eólica são a solução para o Brasil. Primeiro por serem sazonais, ficando interrompidas em períodos do ano. Precisamos investir pesado nas eólicas, mas tendo em mente a necessidade de sistemas complementares, provavelmente à base de hidrelétricas e de biomassa”.

O professor da prestigiosa Faculdade de Tecnologia da UnB, sugere que se aproveite o bagaço de cana-de-açúcar nos sistemas complementares de energia. Ele argumentou: “na Europa, a energia eólica é complementada por usinas térmicas. Temos, no Brasil, condições de usar o bagaço da cana, que atualmente tem apenas 10% de aproveitamento. Por que não aproveitamos esse recurso energético? O Brasil possui nove milhões de hectares dedicados a plantações de cana-de-açúcar. Em 2020 serão 12 milhões. Ou seja: teremos ainda muita energia que poderá ser gerada a partir da biomassa”. Será que o polêmico, criativo e competente professor Ivan de Toledo Camargo será ouvido por quem decide neste país?

publicado por André Lazaroni em 30.5.10



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