Andre Lazaroni

quarta-feira, julho 07, 2010



Entre os manifestantes que mais agitaram a Câmara Federal, ontem, protestando contra a votação e a aprovação do relatório de Aldo Rebelo, que altera o Código Florestal, estiveram os ativistas do Greenpeace. Eles ligaram sirenes, exibiram faixas e cartazes e gritaram muito. Disseram que assim alertavam os eleitores brasileiros sobre o propósito de um grupo de políticos em fim de mandato que quer usar as eleições como combustível para acabar com as florestas do país.

O protesto do pessoal do Greenpeace, juntamente com dezenas de outros ativistas do movimento ambientalista, interrompeu a votação da comissão especial que discutia o Código Florestal, com a mensagem “Não vote em quem mata florestas”. Ao final, o Greenpeace informou que, apesar da natureza pacífica da ação, três ativistas foram agredidas física e verbalmente pela segurança da Câmara dos Deputados.

Segundo os manifestantes contrários à posição ruralista, aumento do desmatamento é o que vai resultar da aprovação, por uma comissão apinhada de ruralistas em fim de mandato, da proposta do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP). O relatório de Aldo Rebelo perdoa quem já cometeu crime ambiental e abre possibilidade de redução dramática da reserva legal, área dentro de cada propriedade que deve ser mantida.

Disse Rafael Cruz, coordenador de campanha do Greenpeace: “a proposta votada na comissão especial é o maior retrocesso que nossa lei de florestas já sofreu. Além de dar um sinal verde para mais destruição, com uma anistia ampla a quem desmatou ilegalmente e cometeu crimes ambientais nas últimas décadas, a proposta de mudança permite o uso político do Código Florestal na barganha da campanha eleitoral”.

Modificações de última hora apresentadas pelo próprio deputado Aldo Rebelo, após receber críticas de organizações do campo, ambientalistas, parlamentares e partidos que acompanham a matéria, além de parte do Ministério do Meio Ambiente, não são suficientes para impedir o estrago que a proposta pode causar à biodiversidade brasileira.

Um exemplo claro toca as áreas de preservação permanente. Antes Aldo tinha deixado seu desenho nas mãos de governos estaduais, mais suscetíveis a pressões. Isso ele mudou, mas na prática a teoria é outra: agora, quando o órgão estadual achar que há interesse público ou impacto ambiental baixo, pode liberar o desmatamento ali. O texto agora segue para o plenário da Câmara, onde – segundo os ambientalistas – vai haver muita pressão e negociata política.

publicado por André Lazaroni em 7.7.10



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