Andre Lazaroni

sexta-feira, junho 18, 2010



O Estudo de Baixo Carbono para o Brasil, do Banco Mundial, divulgado em Brasília, indica que o nosso país necessitará de investimentos adicionais de 44 bilhões de reais, por ano, para conseguir a redução de emissões de gases de efeito estufa em 37% e chegar a um cenário de baixo carbono em 2030. Para o coordenador do estudo, Christophe de Gouvello, os esforços não são contraditórios. É possível acomodar a redução de emissões com crescimento econômico.

A redução de 37%, projetada pelo Banco Mundial, está dentro da margem do governo brasileiro, que prevê reduzir as emissões entre 36,1% e 38,9% até 2020. A proposta - apresentada durante a Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em dezembro do ano passado, em Copenhague - até hoje não foi detalhada e não está claro como cada setor reduzirá as emissões.

O relatório apresentado ontem sugere ações de redução em quatro frentes: energia; desmatamento e agropecuária; transportes; e manejo de resíduos. Em 20 anos, o Banco Mundial calcula que seriam necessários 725 bilhões de dólares para que o Brasil chegue aos níveis esperados. Apesar dos altos valores, a instituição internacional acredita que o custo de não agir para frear as mudanças climáticas pode ser ainda maior.

O setor com maior potencial de redução de emissões é o de mudança de uso da terra, que inclui desmatamento e agricultura, responsável por 75% das emissões brasileiras de gases estufa. O Banco Mundial calcula que até 2030, com esforço adicional, o Brasil poderá reduzir a derrubada de florestas em 68% em relação à tendência atual. O custo seria de pelo menos 157 bilhões de dólares em 20 anos.

Entrevistado pela Agência Brasil, Christophe de Gouvello afirmou que é mais difícil estimar o custo porque vai depender das políticas públicas que serão implementadas e elas têm custos difíceis de estimar. Nos setores de energia e de transportes, as possibilidades de redução são menores por dois motivos: a matriz energética brasileira é considerada limpa e o país uso etanol na sua frota de veículos.

No caso do setor elétrico, investimentos adicionais de 344 bilhões de dólares poderiam evitar o lançamento do equivalente a 213 milhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera. O grande desafio do setor energético é manter a matriz limpa. Os desafios no setor elétrico são permanentes. Ir além é difícil porque já se fez muito.

De acordo com o relatório, os investimentos devem ser compartilhados entre o governo e a iniciativa privada. O mercado tem papel importante, mas não vai resolver tudo. São necessárias políticas públicas. A conta também deve incluir mecanismos internacionais de financiamento, que devem ser estabelecidos na negociação do clima da ONU para facilitar a transição para economias de baixo carbono, mais verdes.

publicado por André Lazaroni em 18.6.10



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