Andre Lazaroni

quinta-feira, janeiro 14, 2010

Estou profundamente consternado com as consequencias do terremoto no Haiti. As imagens da devastação da capital, cidades portuárias e interior são impressionantes. Foi um tremor que abalou o mundo. O índice atingido dá bem a dimensão do grande infortúnio haitiano: 7 graus. A escala Richter, que mede a intensidade dos sismos, vai de zero a 10. Expresso aqui os meus sentimentos às tão sofridas famílias dos envolvidos na tragédia, aos soldados brasileiros que lá estão em missão de paz, aos voluntários civis, e em especial à família da Dra Zilda Arns, médica pediatra e sanitarista, que desde a primeira hora empenhou seu maravilhoso trabalho à frente das pastorais da Criança e do Idoso.Não foi por pouco argumentação que milhares de pessoas e respeitáveis organizações, no Brasil e no exterior, pediram a concessão do Prêmio Nobel da Paz à Dra Zilda Arns. Mais do que uma agente de Saúde, ela revolucionou a assistência médico-social aqui e em dezenas de outros países. A Dra Zilda popularizou o soro caseiro – uma singela mistura de água filtrada ou fervida e pitadas de açúcar e sal – que salvou e tem salvado milhares de crianças todos os anos. E como posso saber se o soro está temperadinho de sal e açúcar? Perguntou certa vez uma mãezinha. A Dra Zilda respondeu com uma frase maravilhosa, que logo ganhou o mundo: o soro caseiro tem o gosto da lágrima...Quem melhor definiu o destino da abnegada médica foi seu irmão, o também abnegado Dom Paulo Evaristo Arns, Cardeal-Arcebispo Emérito de São Paulo: “minha irmã morreu de uma maneira muito bonita, na causa em que sempre acreditou. Não é hora de perder a esperança.”As palavras finais de Dom Paulo têm um tom profético: agora, mais do que nunca, é hora de a comunidade internacional agir decisivamente e dar esperança aos haitianos. Não bastassem os terremotos – como o de agora – e as tormentas tropicais que varrem quase todos os anos a Ilha de Hispaniola, no Caribe, o país tem sofrido nas mãos de governantes extremamente corruptos e assassinos, como foram os ditadores François Duvalier, o Papa Doc, e seu filho Jean-Claude Duvalier, o Baby Doc.Sempre que ocorre uma tragédia ambiental, há milhares de mortos no Haiti e pouco mais uma centena de mortos em Santo Domingo, na outra parte da Ilha de Hispaniola. Por quê? Mais de 95% do território haitiano foram desflorestados e desmatados para a extração de lenha e o cultivo de canaviais. Sem vegetação para absorver a chuva, as águas formam enormes enxurradas, que arrastam sedimentos e geram ondas de lama que invadem casas e todo tipo de construção. Em 2004, a inundação que assolou a cidade portuária de Gonaives, de 200 mil habitantes, atingiu 3 metros de altura.Além, das manifestações de pesar e solidariedade, o Haiti e seu povo tão sofrido, mas tão alegre e festivo, como o brasileiro, têm que receber mais e mais ajuda. Hoje e sempre.

publicado por André Lazaroni em 14.1.10



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