terça-feira, janeiro 05, 2010
Estado pode ter programa de monitoramento de encostas
Certamente será aprovada pelo governador Sérgio Cabral proposta da Secretaria do Ambiente, de criação de um programa de monitoramento constante das encostas da BR-101 (Rio-Santos) e das cidades de seu entorno no estado do Rio, como Angra dos Reis e Paraty. A ideia é evitar, com vigilância constante feita por profissionais de geotecnia, a construção de imóveis em áreas sujeitas a deslizamentos que acontecem por causa da formação geológica do solo das regiões.
Além da proposta oportuna, a secretária Marilene Ramos citou notável experiência que conheço bem, com meus estudos na área ambiental, minhas leituras e meus permanentes contatos com pessoas com mais de 60 anos, conhecedoras de fatos históricos. Trata-se das realizações do Instituto de Geotécnica do Município do Rio de Janeiro, hoje Fundação Geo-Rio, órgão da Secretaria de Obras, criado em 12 de maio de 1966, pelo Decreto nº 609, assinado pelo então governador do Estado da Guanabara, embaixador Francisco Negrão de Lima.
O Instituto nasceu diante de uma tragédia de grandes proporções. No verão daquele ano, centenas de acidentes geotécnicos nas encostas cariocas provocaram desabamentos que resultaram em 70 mortos e mais de 500 feridos. As situações de risco foram cadastradas e obras executadas para as suas eliminações. Um quadro técnico de especialistas, principalmente engenheiros civis e geólogos, liderados pelo engenheiro Raymundo Paula Soares (hoje nome de túnel na Linha Amarela) trabalhou com dedicação à cidade, fazendo obras públicas de contenção.
Infelizmente, em fevereiro de 1967, quando o Instituto concluía suas primeiras ações, chuvas torrenciais caíram sobre a cidade, causando cerca de 100 mortes, com casas e ruas destruídas e nova situação de calamidade se instalando em diversos bairros. O trabalho não parou.
Surgiram à vista, nos morros cariocas, verdadeiras esculturas em concreto e aço, multiplicadas nos pontos mais inacessíveis das encostas. Muitas podem ser observadas, hoje, em encostas de morros da Lagoa e Ipanema. O engenheiro Paula Soares tornou-se figura popular ao sobrevoar e inspecionar as obras, todos os dias, num pequeno helicóptero apelidade de "Bolha". Como diz a história da Geo-Rio, tornava-se realidade, pela primeira vez na vida da cidade, a implantação de uma política racional de ocupação das encostas que estabelecia os critérios técnicos na definição das áreas sujeitas a risco de deslizamento.
Em fevereiro de 1988, e em fevereiro de 1996, mais chuvas torrenciais sobre o Rio provocaram centenas de acidentes geológicos, com mais de cem mortes. A “Geotécnica”, como a população a tratava, trabalhou com resultados positivos.
A Geo-Rio, além de suas atribuições cotidianas, desenvolveu novas técnicas de contenção, com materiais alternativos como pneus e fibras vegetais; metodologias para mapeamentos geológico-geotécnicos e de risco em escalas de detalhe foram desenvolvidas e executadas em dezenas de encostas ocupadas; delimitações físicas de áreas de risco foram implementadas e a cidade passou a contar com um pioneiro sistema de alerta de chuvas intensas e de deslizamentos em encostas, o Sistema Alerta Rio, hoje referência nacional e internacional em termos de sistema de alerta.
Agora em Angra dos Reis, a pedido do governo do estado e a mando do prefeito Eduardo Paes, a Geo-Rio atua na elaboração de um relatório sobre a tragédia dos nossos dias. Atenção especial é dada à BR-101, ponto de saída da Usina Nuclear de Angra, que precisa com urgência ter um programa de monitoramento de suas encostas.
O pioneirismo mundial do Instituto (Geo-Rio), aliado ao conhecimento e ao empreendedorismo de seu quadro técnico, levou, em pouco tempo, ao seu reconhecimento como órgão geotécnico de excelência a nível mundial. O prestígio segue em ascensão.
Além da proposta oportuna, a secretária Marilene Ramos citou notável experiência que conheço bem, com meus estudos na área ambiental, minhas leituras e meus permanentes contatos com pessoas com mais de 60 anos, conhecedoras de fatos históricos. Trata-se das realizações do Instituto de Geotécnica do Município do Rio de Janeiro, hoje Fundação Geo-Rio, órgão da Secretaria de Obras, criado em 12 de maio de 1966, pelo Decreto nº 609, assinado pelo então governador do Estado da Guanabara, embaixador Francisco Negrão de Lima.
O Instituto nasceu diante de uma tragédia de grandes proporções. No verão daquele ano, centenas de acidentes geotécnicos nas encostas cariocas provocaram desabamentos que resultaram em 70 mortos e mais de 500 feridos. As situações de risco foram cadastradas e obras executadas para as suas eliminações. Um quadro técnico de especialistas, principalmente engenheiros civis e geólogos, liderados pelo engenheiro Raymundo Paula Soares (hoje nome de túnel na Linha Amarela) trabalhou com dedicação à cidade, fazendo obras públicas de contenção.
Infelizmente, em fevereiro de 1967, quando o Instituto concluía suas primeiras ações, chuvas torrenciais caíram sobre a cidade, causando cerca de 100 mortes, com casas e ruas destruídas e nova situação de calamidade se instalando em diversos bairros. O trabalho não parou.
Surgiram à vista, nos morros cariocas, verdadeiras esculturas em concreto e aço, multiplicadas nos pontos mais inacessíveis das encostas. Muitas podem ser observadas, hoje, em encostas de morros da Lagoa e Ipanema. O engenheiro Paula Soares tornou-se figura popular ao sobrevoar e inspecionar as obras, todos os dias, num pequeno helicóptero apelidade de "Bolha". Como diz a história da Geo-Rio, tornava-se realidade, pela primeira vez na vida da cidade, a implantação de uma política racional de ocupação das encostas que estabelecia os critérios técnicos na definição das áreas sujeitas a risco de deslizamento.
Em fevereiro de 1988, e em fevereiro de 1996, mais chuvas torrenciais sobre o Rio provocaram centenas de acidentes geológicos, com mais de cem mortes. A “Geotécnica”, como a população a tratava, trabalhou com resultados positivos.
A Geo-Rio, além de suas atribuições cotidianas, desenvolveu novas técnicas de contenção, com materiais alternativos como pneus e fibras vegetais; metodologias para mapeamentos geológico-geotécnicos e de risco em escalas de detalhe foram desenvolvidas e executadas em dezenas de encostas ocupadas; delimitações físicas de áreas de risco foram implementadas e a cidade passou a contar com um pioneiro sistema de alerta de chuvas intensas e de deslizamentos em encostas, o Sistema Alerta Rio, hoje referência nacional e internacional em termos de sistema de alerta.
Agora em Angra dos Reis, a pedido do governo do estado e a mando do prefeito Eduardo Paes, a Geo-Rio atua na elaboração de um relatório sobre a tragédia dos nossos dias. Atenção especial é dada à BR-101, ponto de saída da Usina Nuclear de Angra, que precisa com urgência ter um programa de monitoramento de suas encostas.
O pioneirismo mundial do Instituto (Geo-Rio), aliado ao conhecimento e ao empreendedorismo de seu quadro técnico, levou, em pouco tempo, ao seu reconhecimento como órgão geotécnico de excelência a nível mundial. O prestígio segue em ascensão.
publicado por André Lazaroni em 5.1.10
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