Andre Lazaroni

domingo, abril 11, 2010


O Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) e o Centro Helmholtz para Pesquisa Ambiental (UFZ), da Alemanha, fizeram um estudo científico que mostra que, depois que sofre fragmentação, a Mata Atlântica passa a absorver menos carbono da atmosfera. No trabalho de campo, brasileiros e alemães simularam a evolução de trechos da mata por até 400 anos e a compararam com a de áreas florestais mais extensas.

Hoje, um terço da Mata Atlântica está preservado em fragmentos de até 100 hectares. A distância média entre eles é de um quilômetro e 400 metros. Bem fundamentados trabalhos da Fundação SOS Mata Atlântica indicam que o bioma cobria originalmente 1.300.000 quilômetros quadrados (km²), englobando 17 estados brasileiros, mais porções do Paraguai e Argentina. Com a destruição, sobraram cerca de 20% da cobertura original.

A redução da absorção de carbono reflete-se no “peso” da floresta. A Mata Atlântica intocada contém 250 toneladas de biomassa por hectare (ha). Os pesquisadores do Instituto de Biociências da USP e do UFZ descobriram que fragmentos de 100 ha, depois de 100 anos, terão 228 toneladas de biomassa por hectare, 8,8% menos.

Já um fragmento de um hectare tem uma redução de 44%, com apenas 140 toneladas de biomassa por ha. Fragmentos com biomassa menor também têm menor variedade de espécies, pois possuem menos recursos para alimentar a fauna e menos ambientes onde animais possam habitar.

Uma frase do professor Jean Paul Metzger, do Instituto de Biociências, define o quatro atual da Mata Atlântica: “fragmentada, a mata é como uma criança doente, que não consegue engordar. Se a floresta não está bem, o acúmulo de gás carbônico é incompleto”.

A biomassa diminui nas áreas fragmentadas porque elas sofrem mais com as perturbações que acontecem nas bordas da mata. Nessas regiões, chega mais luz e vento e há maior perturbação externa, como pisoteamento pelo gado e entrada de fogo.

As árvores maiores acabam morrendo e são substituídas por espécies que conseguem sobreviver nessas condições. Essas plantas, chamadas pioneiras, absorvem menos carbono, têm menor biomassa e morrem mais rápido.

publicado por André Lazaroni em 11.4.10



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