Andre Lazaroni

terça-feira, fevereiro 09, 2010


Meus amigos. Esta informação deveria ser divulgada em manchetes pelos jornais, mas certamente terá pequeno espaço em páginas de economia: a Agência Norte-Americana de Proteção Ambiental, anunciou, em Washington, que o etanol brasileiro de cana-de-açúcar reduz as emissões de gases de efeito estufa em 61% em relação à gasolina, e o caracterizou como um biocombustível avançado. A decisão abre o mercado local para o produto brasileiro, com a redução de tarifas de importação impostas ao produto, numa demanda de 15 bilhões a 40 bilhões de litros até 2022.

A Agência Fapesp de Notícias ouviu a opinião do professor Luís Augusto Barbosa Cortez, da Unicamp, sobre esse fato importante para a nossa economia. Segundo ele, o governo dos Estados Unidos reconheceu algo que já estava bem claro para a comunidade científica. A disponibilidade de um biocombustível avançado comercialmente viável é um elemento importante para a estratégia norte-americana de redução de emissões de gases de efeito estufa. No entanto, a provável abertura do mercado criará uma demanda que só poderá ser suprida se tivermos um grande avanço tecnológico.

É isso aí. Para o professor, a necessidade de aumento da produção poderá ter tal magnitude que somente será possível se ela se realizar com investimentos em pesquisa para o aprimoramento do etanol de primeira geração e para o desenvolvimento da produção de etanol celulósico, o que deve aumentar a produtividade, sem expansão da área plantada de cana-de-açúcar. O etanol deve ter melhores indicadores, como custo de produção, redução de consumo de fertilizantes, produtividade agroindustrial, condições de trabalho no campo e redução de queimadas. A sustentabilidade do biocombustível tem que ser considerada em suas dimensões ambientais, sociais e econômicas.

publicado por André Lazaroni em 9.2.10



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