terça-feira, janeiro 19, 2010
O Haiti é aqui, o Haiti não é aqui
Assistindo diariamente, como vocês, à continuada tragédia do Haiti, e recordando o que nós brasileiros temos passado, neste 2010, com desgraças ambientais de menores proporções, mas também deploráveis, não me esqueço dos versos de Caetano e Gil. Sim, “pense no Haiti, reze pelo Haiti/ o Haiti é aqui/ o Haiti não é aqui”.
Já comentei aqui: lá, antes de tudo, o que ocorreu, além do terremoto de alta magnitude, foi a continuidade de um gigantesco desastre ambiental, que começou logo depois da chegada de Cristóvão Colombo a este nosso Novo Mundo, em 1472. O Haiti, que já foi chamado de Pérola Verde do Caribe, tornou-se exportador de café e cana de açucar para a metrópole, até sua independência em 1804. Esgotadas, as terras tornaram-se inferteis.
Com a república, nada mudou. O governo nacional haitiano também foi e continua sendo uma mãe desnaturada com seus pobres filhos. Os grandes fazendeiros, chamados de Gran Don, detém 71% das terras cultiváveis, ficando milhões de haitianos à mingua. Os pobres, que tinham alguma nesga de terra arável, não podiam comprar sementes nem equipamentos e não recebiam nenhuma ajuda do governo.
Na segunda metade do ano passado, mais miséria na área rural do Haiti: porcos, principal fonte de renda de milhares de famílias, foram abatidos por pressão dos Estados Unidos, sob a alegação de estarem contaminados pela gripe suína. Ao se instalarem precariamente em Porto Príncipe, saídos dos campos, esses milhares de haitianos foram vitimados pelo terremoto.
Quando foi dirigir a força da ONU no Haiti, o general brasileiro Augusto Heleno Ribeiro Pereira disse que o problema no Haiti não era militar, mas social e econômico. Raciocínio correto. E o caminho para a reconstrução e o reencontro dos haitianos com a dignidade é uma revolução verde. As Nações Unidas, através do Brasil, e os Estados Unidos, têm essa grande missão a cumprir. O Haiti deve ser reflorestado e redescobrir suas vocações agrícolas. É fundamental uma reforma agrária, com o fim do mando dos Gran Don.
Mas essa tarefa humanitária é para agora. Além da tragédia provocada pelo terremoto, o Haiti tem apenas 2% de sua vegetação original, com 80% de seus habitantes na linha de pobreza extrema. Hoje, a expectativa de vida dos haitianos é de 51 anos. É pouco, muito pouco diante da imensidade da tragédia que vivem dia a dia. Até quando?
Já comentei aqui: lá, antes de tudo, o que ocorreu, além do terremoto de alta magnitude, foi a continuidade de um gigantesco desastre ambiental, que começou logo depois da chegada de Cristóvão Colombo a este nosso Novo Mundo, em 1472. O Haiti, que já foi chamado de Pérola Verde do Caribe, tornou-se exportador de café e cana de açucar para a metrópole, até sua independência em 1804. Esgotadas, as terras tornaram-se inferteis.
Com a república, nada mudou. O governo nacional haitiano também foi e continua sendo uma mãe desnaturada com seus pobres filhos. Os grandes fazendeiros, chamados de Gran Don, detém 71% das terras cultiváveis, ficando milhões de haitianos à mingua. Os pobres, que tinham alguma nesga de terra arável, não podiam comprar sementes nem equipamentos e não recebiam nenhuma ajuda do governo.
Na segunda metade do ano passado, mais miséria na área rural do Haiti: porcos, principal fonte de renda de milhares de famílias, foram abatidos por pressão dos Estados Unidos, sob a alegação de estarem contaminados pela gripe suína. Ao se instalarem precariamente em Porto Príncipe, saídos dos campos, esses milhares de haitianos foram vitimados pelo terremoto.
Quando foi dirigir a força da ONU no Haiti, o general brasileiro Augusto Heleno Ribeiro Pereira disse que o problema no Haiti não era militar, mas social e econômico. Raciocínio correto. E o caminho para a reconstrução e o reencontro dos haitianos com a dignidade é uma revolução verde. As Nações Unidas, através do Brasil, e os Estados Unidos, têm essa grande missão a cumprir. O Haiti deve ser reflorestado e redescobrir suas vocações agrícolas. É fundamental uma reforma agrária, com o fim do mando dos Gran Don.
Mas essa tarefa humanitária é para agora. Além da tragédia provocada pelo terremoto, o Haiti tem apenas 2% de sua vegetação original, com 80% de seus habitantes na linha de pobreza extrema. Hoje, a expectativa de vida dos haitianos é de 51 anos. É pouco, muito pouco diante da imensidade da tragédia que vivem dia a dia. Até quando?
publicado por André Lazaroni em 19.1.10
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