Andre Lazaroni

terça-feira, fevereiro 08, 2011



Realidade chocante: o nosso país não vem cumprindo as metas para a proteção de seus biomas estipuladas na Convenção das Nações Unidas (ONU) sobre Conservação da Diversidade Biológica. O pouco que fizemos nesse sentido é quase nada! A constatação está no levantamento da ONG WWF-Brasil, em parceria com o Conselho Nacional Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.

Vejamos o resultado tão negativo dos compromissos internacionais assumidos e não cumpridos pelo Brasil, segundo reportagem de Bruno Bocchini, da Agência Brasil: das 51 metas nacionais que deveriam ser atingidas até 2010, só se concluiu duas na totalidade; cinco não foram executadas, e o restante encontra-se em estágios intermediários de cumprimento.

De acordo com o levantamento, o país não cumpriu a meta de recuperar no mínimo 30% dos principais estoques pesqueiros com gestão participativa e controle de capturas. E não colocou em ação planos de manejo para controlar, pelo menos, 25 das principais espécies exóticas invasoras que mais ameaçam os ecossistemas e não programou projetos de proteção ao conhecimento de todas as comunidades tradicionais dos biomas.

Também não criou políticas para que os benefícios resultantes do uso comercial dos recursos genéticos dos ecossistemas fossem efetivamente repartidos de forma eqüitativa em prol da conservação da biodiversidade.

Segundo a WWF e o Conselho Nacional Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, o país cumpriu apenas a redução média de 25% no número de focos de calor em cada bioma, e também elaborou uma lista amplamente acessível das espécies brasileiras formalmente descritas de plantas, animais vertebrados, animais invertebrados e microorganismos.

Mais descumprimentos de compromissos. O estudo mostra ainda que o Brasil conseguiu atingir apenas em parte a meta de redução na taxa de desmatamento de seus biomas. Não foi alcançado o estipulado pela convenção da ONU, de diminuição de 100% no desmatamento no Bioma Mata Atlântica, de 75% no Bioma Amazônia e de 50% nos demais biomas.

Com o encerramento dos prazos de 2010, e com as decisões tomadas na conferência de Nagoia (Japão), em outubro de 2010, ficaram definidas metas ainda mais ambiciosas para o Brasil. O objetivo agora é aumentar para 17% as áreas protegidas até 2020, praticamente o dobro do que o bioma abriga hoje.

Com vegetação reduzida a 8% da original e distribuída em milhares de fragmentos florestais, a Mata Atlântica convive hoje com ambientes intensamente urbanizados onde se concentram 112 milhões de brasileiros (59% da população) e atividades econômicas que respondem por mais de 60% do PIB nacional.

Apesar das profundas transformações que sofreu ao longo da história, o bioma ainda abriga diversas e raras formas de vida e fornece água, opções de lazer, proteção de encostas e outros serviços ambientais indispensáveis ao desenvolvimento e à manutenção da qualidade de vida das populações. Logo, merece atenção especial de governos, setor privado e sociedade.

publicado por André Lazaroni em 8.2.11



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