quinta-feira, agosto 26, 2010
Lembrar para não Esquecer!
No domingo, 29 de agosto, será lembrada, com um ato público e um culto ecumênico, a chacina de Vigário Geral, ocorrida há 17 anos e que vitimou 21 moradores de uma favela carioca. A triste e necessária rememoração – ninguém pode esquecer a tragédia – será promovida pela Associação dos familiares e Vítimas da Chacina de Vigário Geral em parceria com a Ação Política Artística e Cultural de Vigário Geral (Apac) e Rede de Comunidade e Movimentos Contra a Violência (Rede).
Como dizem meus amigos organizadores, Lembrar para não Esquecer! O ato começará às 15h30, na Praça Catolé da Rocha s/n, em Vigário Geral. O dia 29 de Agosto é marcado no calendário do Rio de Janeiro, desde 2003, como o Dia de Luta do Povo contra a Violência. A data foi instituída pela Assembleia Legislativa através de Projeto de Lei de minha autoria. Seis policiais militares foram condenados, mas apenas dois ainda cumprem a pena. Quatro estão soltos graças a habeas-corpus.
Como dizem meus amigos organizadores, Lembrar para não Esquecer! O ato começará às 15h30, na Praça Catolé da Rocha s/n, em Vigário Geral. O dia 29 de Agosto é marcado no calendário do Rio de Janeiro, desde 2003, como o Dia de Luta do Povo contra a Violência. A data foi instituída pela Assembleia Legislativa através de Projeto de Lei de minha autoria. Seis policiais militares foram condenados, mas apenas dois ainda cumprem a pena. Quatro estão soltos graças a habeas-corpus.
publicado por André Lazaroni em 26.8.10
1 Comments:
http://odia.terra.com.br/blog/blogdaseguranca/200808archive001.asp
Vigário Geral: tragédias por todos os lados
Por Gustavo de Almeida
"...Poucos sabem, mas há um PM no caso de Vigário Geral que acabou se tornando vitima. Trata-se de Sérgio Cerqueira Borges, conhecido como Borjão.
Borjão foi um dos presos que em 1995 já eram vistos como inocentes, colocados no meio apenas por ser do 9º´BPM. A inocência de Borjão no caso era tão patente que ele inclusive foi o depositário de um equipamento de escuta pelo qual o Ministério Público pôde esclarecer diversos pontos em dúvida.
Borjão foi expulso da PM antes mesmo de ser julgado pela chacina. Era preso disciplinar por "não atualizar endereço".
Borjão conta até hoje que deu depoimento em seu Conselho de Disciplina sob efeito de tranqüilizantes, ainda no Batalhão de Choque. Seus auditores sabiam disto. "No BP-Choque, fomos torturados com granadas de efeito moral as vésperas do depoimento no 2º Tribunal do Júri, cujos fragmentos foram apresentados à juíza, que enviou a perícia. Isto consta nos autos, mas nada aconteceu", conta Borjão, hoje sem uma perna e com a saudade de um filho, assassinado em circunstâncias misteriosas, sem que ele nada pudesse fazer.
"No Natal fui transferido para a Polinter. Protestei aos gritos contra a injustiça. e Me mandaram para o hospital psiquiátrico em Bangu mas, por não ter sido aceito, retornei e em dias fui transferido para Água Santa. Lá também fui espancado e informei no dia seguinte em juízo, estando com diversos ferimentos, mas sequer fiz exame de corpo delito. Transferido para o Frei Caneca, pude ajudar a gravar as fitas com as confissões e em seguida fui transferido para o Comando de Policiamento do Interior. Após a perícia das fitas fui solto. Dei entrevistas me defendendo e tive minha liberdade provisória cassada e me mandaram para o 12ºBPM a fim de me silenciarem. No júri, fui absolvido. Meus pedidos de reintegração à PM nunca foram respondidos".
A história de Borjão ao longo de todos estes 15 anos só não supera mesmo a dor de quem perdeu alguém na chacina. Mas eu não estaria exagerando se dissesse que Sérgio Cerqueira Borges acabou se tornando uma vítima de Vigário Geral. "Tive um filho com 18 anos assassinado por vingança. Sofri vários atentados e um deles, a tiros, me fez perder parcialmente os movimentos da perna esquerda. Sofro de diabete, enfartei aos 38 anos e vivo com um tumor na tireóide. Hoje em dia tento reintegração à PM em ação rescisória, o processo é o número 2005.006.00322 no TJ, com pedido de tutela antecipada para cirurgia no Hospital da PM para extração do tumor. Portanto, vários atentados à dignidade humana foram cometidos. As pessoas responsáveis nunca responderão por diversas prisões de inocentes? Afinal foram 23 inocentes presos por quase quatro anos com similares seqüelas. A injustiça queima a alma e perece a carne!", desabafa Borjão..."
Publicado por Sérgio Borges , em 6:52 AM
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